Mostrar mensagens com a etiqueta Lendas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Lendas. Mostrar todas as mensagens

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Lendas da Aldeia do Pego IV


                                                                         (Fonte: Internet)

Escolas de Bruxas
Uma rapariga «andava a aprender para bruxa». Um dia, quando estava em casa, fez uma reza e transformou-se em mosca. Assim transformada, voou e foi pousar na cantareira. Passados minutos a transformação acabou e a rapariga, vendo-se em cima da cantareira, assustou-se e agarrou-se à primeira coisa que encontrou. Era um prato, que caiu e foi partir-se no chão da casa. 
A mãe ao ouvir o barulho veio ver o que se passava e ao ver a filha em cima da cantareira, perguntou-lhe o que fazia ela ali. A rapariga disse então à mãe que andava a «aprender para bruxa» e o que se tinha passado. 
A mãe ficou furiosa, ralhou muito com a filha e proibiu-a de voltar a «essas coisas». A rapariga obedeceu, jurando nunca mais «aprender para bruxa».
Fonte: JANA, Isilda, Histórias à Lareira, Abrantes, Palha de Abrantes, 1997 , p.33

                                          (Fonte: curiosoebizarroo.blogspot.com)

Zé Burreco
No Pego, antigamente, as casas eram pequenas e, por isso, era costume os rapazes solteiros dormirem no palheiro do burro.
Certa noite, um homem ainda novo, deita-se e quando está mesmo a adormecer, ouve vozes que o chamam da rua:
— Ó Zé Burreco!
O homem levanta-se, sai à rua e ouve novamente ao longe:
— Ó Zé Burreco!
O homem vai até ao largo do Senhor dos Aflitos e aí ouve de novo o chamamento, mas já num outro largo. Vai então ao largo da Barroca e aí ouve de novo, ao longe:
— Ó Zé Burreco!
Agora as vozes já vinham do largo do Sobral. O homem, teimoso, continua. Vai ao Sobral e lá as vozes continuam a chamá-lo, sempre ao longe.
De largo em largo, o homem vai até ao Fundo d’Aldeia. Ali acabam as casas, mas as vozes continuavam ao longe, vindas agora do caminho do Tejo.
— Ó Zé Burreco!
O homem parou para pensar. E disse para consigo: «Alto aí quisto são as bruxas a querer-me levar p’ró Tejo!». E, amedrontado, voltou para casa. Deitou-se de novo no palheiro e custou a adormecer.
Mas quem não dormiu foram as bruxas. Zangadas, por não terem conseguido o seu intento, foram até ao palheiro e vingaram-se. Na manhã seguinte, o Zé Burreco acordou com a boca cheia de bonicos. 
Fonte: JANA, Isilda, Histórias à Lareira, Abrantes, Palha de Abrantes, 1997 , p.33


LENDAS E HISTÓRIAS DA "ALDEIA DAS CASAS BAIXAS"



quinta-feira, 30 de junho de 2011

Historias e Lendas da Nossa Terra

Bruxas na Aldeia do Pego
A minha avó contava-me que a mãe dela foi morta pelas bruxas. Ela ainda era nova, mas começou a ficar cheia de dores, sem poder andar.
Deitada na cama até metia dó, toda encolhida, encarquilhada…
Um dia foram a um benzedor e lá disse que era uma pessoa que lhe andava a fazer mal. E mais. Era uma pessoa que todos os dias ia lá a casa perguntar se ela estava melhor.
Cura não havia, mas para aliviar o mal, o benzedor receitou numa mezinha: dentro de um caldeiro, deviam colocar água com umas ervas que ele lá deu, quando a água estivesse a ferver deviam colocar lá dentro uma muda de roupa da doente. E aquilo era maravilhoso; enquanto o lume estava aceso e a água fervia, a minha mãe estava na cama, direita, sem dores nenhumas, mal o lume s e começava apagar, logo ela começava a ficar toda encarquilhada, de novo cheia de dores.
Aquilo era coisa de bruxa, era lá uma vizinha que morava quase em frente, a Ti Couressa, chegou a ir para cima do telhado, deitar-lhe as mãos cheias de terra para cima da cama. E todos os dias lá ia deitar a cabeça e perguntar:
- Tão, Maria, tas melhorzita! 


Baile das bruxas

A minha avó tinha cinco filhos e dormiam todos juntos. Ás vezes, durante a noite, chamavam pelo pai e diziam que lhes estavam a puxar o fato.
Certa noite o pai levantou-se, de facto, os filhos não tinham fato nenhum em cima deles. Foi então que o homem ouviu uma grande risada, na sala ao lado, e foi ver o que era. As bruxas lá estavam a cantar e a dançar no meio da “casa de fora”, com o fato da cama em cima delas. Quando viram o meu avô, fugiram, largando a roupa.
Isto aconteceu várias vezes.

Rezas Trocadas

Antigamente no pego, havia grandes searas de milho. Quando o milho estava seco, os lavradores convidavam muitas raparigas da aldeia e noite dentro (porque o calor do dia tornava esse trabalho muito difícil), faziam as descamisadas. Os rapazes, muitas vezes seguiam as raparigas e normalmente o trabalho acabava em baile, cantado e dançado ao luar.
Certa noite, dois rapazes foram atrás das raparigas e a meio do caminho ouviram sinais de uma grande festa. O canto vinha de longe e os rapazes foram-se aproximando. Quando chegaram perto viram que era um baile de bruxas. Um deles resolveu ir ao pé dela, mas outro resolveu assistir á festa do cimo de uma árvore.
Quando o rapaz chegou junto das bruxas, estas ficaram muito admiradas pois não costumavam ter visitantes, mas depois convidaram-no para dançar. Passado algum tempo uma das bruxas disse ao tal rapaz:
- Daqui a pouco vai chegar o nosso deus. Quando ele chegar tens de beijar-lhe o rabo e, em seguida dizer…”aboa, aboa por baixo de toda a folha”.
Pouco depois chegou o deus das bruxas e elas, uma a uma, iam junto dele e beijavam-lhe o traseiro. O rapaz ao ver aquela cena, disse para consigo.”Oh valha-me Deus! Quem é que há-de beijar tão negro rabo!”. E pensando isto foi-se afastando um pouco do terreiro onde estavam as bruxas, com o intuito de fugir dali, e foi então que resolveu dizer: “aboa, aboa por baixo de toda a folha”.
As bruxas soltaram todas uma grande gargalhada e disseram em coro: “Aboa, aboa por cima de toda a folha”. Nisto elevaram-se no ar, juntamente com o seu deus e voaram bem alto, olhando e troçando do pobre rapaz que no seu voo rasteiro ficara preso num grande balseiro. 

Tesouros Escondidos

Na Barroca os antigos esconderam duas talhas; uma com ouro e outra com azeite; com o passar do tempo o azeite tornou-se veneno e hoje as talhas lá continuam, mas ninguém ousa lá ir buscar o tesouro, pois caso encontre primeiro a talha do veneno morrerá imediatamente.
 Aldeia do Pego - Terra de lendas e tradições

Nota: textos retirados do livro "Histórias à lareira", de Isilda Jana, e que poderá ser consultado na BIBLIOTECA DO PEGO.

sábado, 11 de junho de 2011

Pego a “Aldeia das Casas Baixas”

“ENCONTROS COM A MINHA TERRA”

Pego, a Aldeia das Casas Baixas, é uma terra já com muita história sendo uma das mais antigas e importantes terras do concelho de Abrantes já havendo referencia a “…uma povoação com o nome de Pego..., nos surge supra referida num documento de 1332, portanto no século XIV.”, ou seja a aldeia do Pego como povoação já existe à 700 anos.

A história da “Aldeia das Casas Baixas” já é bastante longa, no entanto também bastante dispersa. “ENCONTROS COM A MINHA TERRA” é a busca desses pedaços de história e conjugá-los num só lugar.

"O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã."  (Autor - Leonardo da Vinci)

Coloco aqui alguns dos artigos já pesquisados e publicados neste Blog, sobre o Pego “Aldeia das Casas Baixas”:

A HISTORIA

 

O terramoto de 1755 na Aldeia do Pego

Memorias Paroquiais – “Censos” da Aldeia do Pego datado de 1758

As Festas do Pego e a sua História

As Festas do Pego e a sua História II

As Festas do Pego e a sua História III

As Festas do Pego e a sua História IV

“As Carvoarias do Pego” II - O trabalho da Mulher Pegacha.

A Historia da Paróquia do Pego

O Pego do Passado

A pronuncia da palavra “Pego”


AS LENDAS

Lendas e Histórias da Aldeia do Pego

Lendas e Histórias da Aldeia do Pego (cont.)


A ALDEIA

ARTESANATO ” PEGACHO” – TRABALHOS EM MADEIRA E CORTIÇA

Artesanato da Aldeia do Pego

Exposição de Artesanato na Aldeia do Pego

Petiscar – A tradição do Pego

Aldeia do Pego em Fotografia

A Aldeia do Pego em Fotografia II

"O orgulho Pegacho"

Características únicas da Aldeia do Pego - A Alma Pegacha

"GATEIRA" Documentário da carvoaria na freguesia do Pego - Abrantes.

A Biblioteca António Botto no Pego

Rancho Folclórico do Pego - Embaixador da cultura da Aldeia do Pego


Havendo muito mais para dizer, contar e relembrar sobre esta grande terra, fica para já este pequeno registo!
"Já que no Pego tivémos que nascer, somos Pegachos até morrer!"

terça-feira, 12 de abril de 2011

Lendas de um Pego Passado


A Galinha com Pintos

Havia um homem que morava num monte próximo do Pego. Esse homem costumava vir até à taberna ao Pego e, por vezes, só regressava a casa já de noite. Uma vez, ao passar num certo sítio, o homem vê uma galinha com pintos atrás. O homem ficou muito admirado, pois como se sabe as galinhas são animais que não andam por aí de noite. Mas o homem continuou o seu caminho sem ligar muito ao sucedido.
Alguns dias depois o homem fez o mesmo caminho, mais ou menos à mesma hora e ao passar no tal sítio viu aproximar-se de novo a galinha com os pintos. O homem corre para a galinha, apanha-a e leva-a para casa. No outro dia, ao romper do dia, levantou-se e dispunha-se a matar a galinha, mas quando ia para espetar a faca, a galinha transformou-se numa mulher, que lhe disse:
— «Quem vai, vai, quem está, está! Agora tens de me ir levar a casa às costas antes que o sol nasça. E se contares isto a alguém, venho aqui todos os dias gozar contigo e fazer-te mal até que morras».
O homem não teve outro remédio senão fazer o que a mulher lhe dizia, mas também nunca mais passou naquele sítio.
Jacinta Coxinha

"Escola" de Bruxas

Uma rapariga «andava a aprender para bruxa». Um dia, quando estava em casa, fez uma reza e transformou-se em mosca. Assim transformada, voou e foi pousar na cantareira. Passados minutos a transformação acabou e a rapariga, vendo-se em cima da cantareira, assustou-se e agarrou-se à primeira coisa que encontrou. Era um prato, que caiu e foi partir-se no chão da casa.
A mãe ao ouvir o barulho veio ver o que se passava e ao ver a filha em cima da cantareira, perguntou-lhe o que fazia ela ali. A rapariga disse então à mãe que andava a «aprender para bruxa» e o que se tinha passado.
A mãe ficou furiosa, ralhou muito com a filha e proibiu-a de voltar a «essas coisas». A rapariga obedeceu, jurando nunca mais «aprender para bruxa».
Ana Gonçalves , 70 anos

Rezas Trocadas

Antigamente, no Pego, havia grandes searas de milho. Quando o milho estava seco, os lavradores convidavam muitas raparigas da aldeia e noite dentro (porque o calor do dia tornava esse trabalho mais difícil), faziam as descamisadas. Os rapazes, muitas vezes, seguiam as raparigas e normalmente o trabalho acabava em baile, cantado e dançado ao luar.
Certa noite, dois rapazes foram atrás das raparigas e a meio do caminho ouviram sinais de uma grande festa. O canto vinha de longe e os rapazes foram-se aproximando. Quando chegaram perto, viram que era um baile de bruxas. Um deles resolveu ir ao pé delas, mas o outro escondeu-se e resolveu assistir à festa do cimo de uma árvore.
Quando o rapaz chegou junto das bruxas, estas ficaram muito admiradas, pois não costumavam ter visitantes, mas depois convidaram-no para dançar. Passado algum tempo uma das bruxas disse ao tal rapaz:
— Daqui a pouco vai chegar o nosso deus. Quando ele chegar tens de beijar-lhe o rabo e, em seguida dizer... «aboa, aboa por baixo de toda a folha».
Pouco tempo depois chegou o deus das bruxas e elas, uma a uma, iam junto dele e beijavam-lhe o traseiro. O rapaz ao ver aquela cena, disse para consigo: «Oh, valha-me Deus! Quem é que há-de beijar tão negro rabo!». E pensando isto foi-se afastando um pouco do terreiro onde estavam as bruxas, com o intuito de fugir dali, e foi então que resolveu dizer: «aboa, aboa por baixo de toda a folha».
As bruxas soltaram todas uma grande gargalhada e disseram em coro: «aboa, aboa por cima de toda a folha». Nisto elevaram-se no ar, juntamente com o seu deus e voaram bem alto, olhando e troçando do pobre rapaz que no seu voo rasteiro ficara preso num grande balseiro.
Jacinta Coxinha


Zé Burreco

No Pego, antigamente, as casas eram pequenas e, por isso, era costume os rapazes solteiros dormirem no palheiro do burro.
Certa noite, um homem ainda novo, deita-se e quando está mesmo a adormecer, ouve vozes que o chamam da rua:
— Ó Zé Burreco!
O homem levanta-se, sai à rua e ouve novamente ao longe:
— Ó Zé Burreco!
O homem vai até ao largo do Senhor dos Aflitos e aí ouve de novo o chamamento, mas já num outro largo. Vai então ao largo da Barroca e aí ouve de novo, ao longe:
— Ó Zé Burreco!
Agora as vozes já vinham do largo do Sobral. O homem, teimoso, continua. Vai ao Sobral e lá as vozes continuam a chamá-lo, sempre ao longe.
De largo em largo, o homem vai até ao Fundo d’Aldeia. Ali acabam as casas, mas as vozes continuavam ao longe, vindas agora do caminho do Tejo.
— Ó Zé Burreco!
O homem parou para pensar. E disse para consigo: «Alto aí quisto são as bruxas a querer-me levar p’ró Tejo!». E, amedrontado, voltou para casa. Deitou-se de novo no palheiro e custou a adormecer.
Mas quem não dormiu foram as bruxas. Zangadas, por não terem conseguido o seu intento, foram até ao palheiro e vingaram-se. Na manhã seguinte, o Zé Burreco acordou com a boca cheia de bonicos.
Ti Florinda Manhosa


Fontes:
www.lendarium.org


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...